quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

"Crepúsculo" chega ao fim e deixa sua marca na cultura pop.


Tudo começou em 2003 com um pesadelo: um vampiro mordiscava a jugular de uma virgem sob o olhar ciumento de um lobisomem. A dona de casa americana Stephenie Meyer, de 30 anos, casada com um empresário, moradora de Salt Lake City e mórmon, acordou assustada. “Logo me acalmei”, disse ela a ÉPOCA. “Foi quando me dei conta de que tinha uma história para escrever.” Entre o sonho e a estreia do quinto e último filme da saga vampiresca Crepúsculo, que estreou na semana passada, passaram-se nove anos, durante os quais Stephenie causou um fenômeno global de consequências duradouras. Além daqueles dois furos no pescoço pálido de Bella, o vampiro Edward deixou uma multidão de referências no universo de suas fãs.

Primeiro, os números. De 2005 a 2008, Stephenie lançou quatro romances que eletrizaram adolescentes e adultos, especialmente o público feminino. A tetralogia formada pelos romances Crepúsculo (2005), Lua nova (2006), Eclipse (2007) e Amanhecer (2009) vendeu 150 milhões de exemplares no mundo todo – só no Brasil, até o início do mês, foram 5,7 milhões. “Juro que nunca, nunca esperava fazer tanto sucesso”, afirma Stephenie. “Jamais imaginei que minha imaginação faria parte da vida de tantas pessoas nem que um dia fosse participar da produção de um filme. Com o tempo, me acostumei. Aprendi a ser corajosa, até no set.”

Enquanto escrevia Lua nova e começava a colecionar fãs pelo planeta inteiro, Stephenie fechou contrato com o pequeno estúdio Summitt Entertainment para adaptar sua história para o cinema. “Foi uma sensação única explicar aos atores como via meus próprios personagens”, diz. A saga fez ainda mais sucesso no cinema, catapultou a venda dos livros e transformou Stephenie numa produtora multimilionária. Crepúsculo, que estreou em 2008, tinha um orçamento modesto, de US$ 37 milhões. Faturou US$ 382 milhões. Os dois longas-metragens seguintes – Lua nova (2009) e Eclipse (2010) – renderam cerca de US$ 700 milhões cada um. O êxito incentivou o estúdio a dividir o último filme em duas partes. Amanhecer – Parte 1 estreou em 2011 e alcançou uma bilheteria de US$ 700 milhões. A esperança dos produtores é que Amanhecer – Parte 2, que estreia mundialmente no dia 16, atinja um recorde de bilheteria.

Se os lucros são grandes, a influência da história de Stephenie Meyer sobre os jovens parece ser ainda maior. São modas, valores, padrões de comportamento, novas modalidades de leitura, música e até escândalos . Assim como Harry Potter antes e Cinquenta tons de cinza depois, Crepúsculo foi uma espécie de romance de formação para uma infinidade de garotas e garotos. Apesar da modéstia de Stephenie, ela impregnou uma geração com suas ideias. Conseguiu criar personagens que incendiaram a imaginação e marcaram a vida de seus leitores.

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